sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O jogo da vida



Você já sentiu como um plástico flutuando pelo infinito deixando a vida te levar? Já se sentiu ao meio de uma ponte prestes a desabar? Pois é, eu já me sentir.

Eu nunca julguei minha vida fácil, mas nunca reclamei dela pra ninguém, porque eu sabia que alguém bem ali do outro lado da rua, adoraria ter a vida confortável de uma garota independente que haverá saído da casa dos pais ainda cedo e se encontrava agora em frente a um prédio de uma consagrada instituição de universidade para prestar o seu terceiro exame para o curso de medicina.

Não sei se era o nervosismo de já ter tentado outras vezes e não ter conseguido, mas algo no ar me soava que não seria diferente dessa vez, apesar dos inúmeros incentivo dos meus pais que me ligavam e enchiam por horas com seus planos de uma futura filha medica.

O vento que batia e o sol tímido no horizonte deram a coragem para aquela jovem de cabelos encaracolados, olhos castanhos marcantes e aquela franja lateral de entrar naquele prédio e realizar o seu terceiro exame.

É... os meus pressentimentos estavam certos, e mais uma vez eu tinha falhado, meu corpo então mais pesado do que meus pés poderiam sustentar desaba junto com lagrimas que encharcavam os meus olhos em cima da minha cama com aquela carta pela qual decidira minha vida, recém aberta.

Por três anos eu havia me empenhado e tentado passar naquele maldito exame, minha cabeça agora estava confusa. Eu não sabia se teria coragem de levantar daquela cama, me preparar para um novo exame e tropeçar de novo, não... Não! Eu não agüentaria de novo!

Os poucos passos que dei em direção a aquele local que se encontrava cheio de pessoas falando de todo tipo de coisa, não me fizeram refletir muito e colocar meus pensamentos em ordem, mas eu sabia muito bem o que faria.

___ Garçom! Uma cerveja! – Pedi logo que me recostei sobre aquela cadeira dura e gelada que se encontrava.

Foram poucos os minutos que demoraram a o garçom vir trazendo um copo e uma garrafa de cerveja, eu não havia começado a beber há muito tempo, mas aquela bebida sempre me consolava quando precisava, meus pais não sabiam disso, sei que não iriam gostar de saber, mas como eles iam saber se eu não iria contar né ?

Então aquela bebida como já havia feitos outras vezes me deu a calmaria e as respostas para tudo que eu precisava.

Naquela noite sai decidida dali a nunca mais fazer aquela prova outra vez, não que eu estivesse desistindo dos meus sonhos, mas eu já estava cansada de iludir a mim própria.

Eu não era mais aquela garota pequena que acreditava em contos de fadas, e que saiu da casa dos pais pensando que tudo ocorreria a mil maravilhas, agora eu já sabia como o jogo da vida acontecia, a vida dar as peças e nós jogamos o jogo.

A parti daquele momento eu iria apenas me contentar com o que a vida havia me dado, chega de insistir no que não teria resultado, hora de curti o meu emprego de garçonete naquela lanchonete mesquinha, casar daqui a um tempo com um bêbado com cuecas furadas, me encher de filhos e cuidar dos meus netos até os fins dos meus dias. Eu já havia tentando de tudo e não obtive resultados, então agora o jeito era aceitar os planos da vida.

Nos próximos dias que se passaram, comecei a deixar a vida seguir o seu curso, ela jogando as peças na mesa e eu obedecendo sem querer furar alguma das regras.

Como fazia diariamente, ao amanhecer daquela brecha de luz que sempre me indicava quando começava o dia naquele apertado apartamento, eu me levantei como de costume, fui para mais um dia de trabalho, naquela lanchonete que ficava a poucos quarteirões do meu apartamento, mas que não resistia aquela verdadeira maratona de logo pela manhã pegar o ônibus cheio de pessoas recém acordadas que saiam de casa sem mal escovar os dentes até chegar ao meu trabalho. Lá as fofocas rolavam a solta entre as outras garçonetes, eu não me encaixada no grupo então elas sempre paravam a conversa quando percebiam que eu as observava.

Além de garçonete em meu formulário podia-se dizer que eu era garçonete barra assistente geral, os meus ouvidos ficavam azucrinados quando a senhora Charlotte com aquela voz arrogante, gritava o meu nome espantando qualquer ser vivo que tivesse os ouvidos bem limpos.

___ Caroline! – Meus ouvidos então se acanhavam ao ouvir tal chamado.

___ Sim, senhora Charlotte! – Eu respondia indo ao encontro da minha chefa.

___ Quero que limpe o armário de compras e depois der uma passada no supermercado e compre os itens que eu deixei em um bilhete sobre a mesa - Tagarelava a senhora Charlotte enquanto meu cérebro tentava absorve o que me dizia.

Depois de mais um dia irritante e estressado de trabalho, ao fim do expediente quando o sol já tinha se posto fora do horizonte caminhei a poucos passos dali, em direção a biblioteca da cidade como de costume ficava aberta até mais tarde, pois a coordenadora da biblioteca morava bem ao lado e adorava ficar etiquetando e organizando livros até altas horas.

Como de costume aquele horário a biblioteca se encontrava um verdadeiro deserto, a não ser o cachorro que fazia companhia a senhora Diniz, coordenadora da biblioteca, nenhum outro ser que respirasse se encontrava ali no momento.

 A senhora Diniz me conhecia muito bem, eu sempre aparecia naquele horário por ali eu li contará que estaria prestando exame para o curso de medicina pela terceira vez.

Ela mal olhará para mim, e eu nem li precisei dizer nada, pois pelos seus olhos sérios desgastados pelo tempo, e com aquelas linhas de expressão pelo rosto bem acompanhadas pelos fios brancos dos cabelos, ela já percebia que eu não havia passado no teste e não estaria disposta a falar sobre o assunto, ela apenas me cumprimentou  como sempre, e ficou observando enquanto eu escolhia o que ler sobre as prateleiras.

___ Diário de uma Paixão - Nicolas Sparks! Alguém anda até altas noites sobre as nuvens em mocinha?!– Sorrindo ela disse ao eu entregar a ela o livro que queria levar.

Não é que ela não conhecesse meu gosto por romance, mas ela sempre apostava que quando eu pegava um livro daqueles era porque sempre tinha um rolo pelo ar, na maioria das vezes ela tinha razão, mas daquela vez não , eu só pegaria aquele livro com a intenção de me distrair mesmo, o já havia lido umas duas vezes e sabia o seu poder de distração.

Um costume meu ao querer refletir com calma sobre algo, ou simplesmente a vontade incontrolável que já existia dentro de mim, me fizeram antes de ir ao meu apartamento, ir ao encontro daquele já conhecido bar e pedir uma garrafa de cerveja, “qual é? Essa garrafa é só pra distrair”, eu pensava enquanto pagava a bebida e seguia em direção ao meu apartamento.

Uma mortadela dentro de um pão e eu já estava suficientemente satisfeita e depois disso nada melhor do que me deitar naquele sofá, ler aquele bom livro e beber a minha cervejinha do lado.

Os dias passam, as coisas mudam, quer dizer pra outras pessoas, não pra mim, minha vida continuava a mesma e minha rotina parecia não mudar nunca, um pouco depois da cerveja que logo fiquei dependente, veio o cigarro que eu já não conseguia viver sem.

É... aquela não era a vida que eu sempre sonhei, mas fazer o que ? A vida me deu as percas do jogo, eu apenas aprendi a brincar com elas.

O meu amigo e único na lanchonete onde eu trabalhava, o Jonas, vivia me enchendo, dizendo que aquilo não era vida, que eu deveria tentar parar de beber, de fumar cigarro, ‘’mas pra que?’’ Eu perguntava a mim mesma.

Por algumas vezes se não fosse o Jonas a caminho de casa a noite me ver bêbada caída no bar e fosse lá me ajudar e me levar pra casa, eu não sei o que seria de mim, acho que eu simplesmente amanheceria dormindo ao relento.

Algumas vezes eu havia pegado as garçonetes fofocando e ouvi boatos que elas diziam que o Jonas gostava de mim, eu nunca havia notado isso, e também não haverá me esforçado pra notar, eu o considerava apenas como amigo, e acho que não conseguiria considerá-lo de outra forma.

Essa era a minha vida, até que a vida começou a jogar novas peças no jogo e resolveu dar umas reviravoltas em tudo. Não sei se tudo não passou de um sonho, ou se tudo realmente existiu, mas marcou e mudou minha vida para sempre.

Em um fim de semana em casa, terminando de ler pela décima vez o livro, Diário de uma Paixão - Nicolas Sparks! estava eu lá, sentada no sofá em meu apartamento com uma garrafa de cerveja do lado.

Minutos depois terminado de ter lido o livro e um tédio sufocante agora sentindo, tentando me distrair ligo a televisão para assistir algo que pudesse me distrair naquele sábado, como era de se esperar nada aquele horário me agradava a assistir , quando eu ia desligando a televisão para tentar ir dormir mais cedo, algo me chamou a atenção em um comercial: ‘’ Você anda se sentindo sozinho e quer conhecer novas pessoas? Ligue agora mesmo para o nosso chat, conheça pessoas legais e faça novos amigos ‘’.

Não é que eu precisasse de novos ‘’amigos’’, mas aquele tédio sufocante quase como me obrigou ir até o telefone falar com quem sei lá que fosse ao menos para me distrair, assim pensado e assim feito, em menos de dez minutos eu já havia pegado o telefone e discado o numero que se referia ao tal chat, de principio nem eu me reconhecia, sinceramente não fazia o meu tipo ficar grudada em um telefone a procura de novos ‘’amigos’’.

Algumas conversas aqui, alguns bêbados ali, outros pedófilos ali, senhoras se fingindo de mocinhas por outro lado, e assim a minha noite foi passando.

Outros dias sucederam a isso e quando vir, a maioria das noites eu passava grudada naquele telefone falando com os mais variados tipos de pessoas, sei lá aquela sensação de sentir rodeada por pessoas era boa, me lembrava a minha infância, a infância de uma pequena bailarina aplaudida de pé pelos parentes, amigos, e professores da escola. É... aquela sim foi uma época boa, pena que esse mundo encantado infantil não dura pra sempre e uma hora desmorona, e agora eu estava ali, grudada a um telefone ansiando por companhia.

Em uma dessas noites grudada ao telefone que eu conheci o Pedro, ele foi um dos poucos que conseguiu que eu passasse meu email, em algumas noites eu nem entrava no chat, ligava diretamente para ele, a gente sempre conversava sobre tudo, porém evitávamos falar sobre nós mesmos, era incrível como as horas passavam rápido quando eu conversava com ele, foi um dos poucos por quem conseguiu minha admiração e eu conseguir me apegar tão rápido.

___ Então quer dizer que você sabe cozinhar é Carol? – Ele perguntou uma vez, Curioso.

___ Gosto sim, quando se escolhe morar sozinha, se aprende muitas coisas. – Disse pensando em tudo que tive que aprender ao sair da casa dos meus pais.

___ Você foi muito corajosa de sair da casa dos céus pais tão cedo pra enfrentar o mundo. – Ele disse

___ É... fui....Mas, e você, sabe cozinhar ? – perguntei

___ Se for pra queimar a panela e incendiar a casa toda podemos dizer que sim. – Ele disse enquanto sorriamos juntos.

O tempo passou meu carinho pelo Pedro só ia aumentando cada dia mais, sei lá, era como se ele tivesse conseguido acender uma luz que havia se apagado a muito tempo dentro mim, depois de tanto tempo eu me via com o entusiasmo de passar uma simples maquiagem, até o Jonas e os outros funcionários da lanchonete percebiam como estava agindo diferente.

Por mais que eu nunca tivesse visto pessoalmente o Pedro, só por foto, era como se esse fato não importasse, o simples fato de ver aquela voz roca apaixonante soando do outro lado da linha fazia o meu coração disparar, no começo eu podia dizer que não sabia o que estava acontecendo comigo, mas ao passar dos dias, aquela mão soando ao telefone sempre que eu falava com ele, aquele rosto avermelhado na mesma ocasião não estavam deixando duvidas.

___ Canta, Carol! Você parece ter a voz linda. – Ele insistiu uma vez pra que eu cantasse “Claudinho e Buchecha-Fico Assim Sem Você’’, a música estourada no momento.

___ Ah não né Pedro! – Respondi envergonhada por aquilo.

___ Anão é um homenzinho pequeno, canta só pra mim vai, eu te acompanho no refrão, relaxa que eu não vou gravar isso. – Ele insistiu com aquela voz apaixonante impossível de resistir.

___ Ta bom... [...] Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim, sem você, futebol sem bola, piu-piu sem Frajola, sou eu assim, sem você... [...] – Comecei a cantar ainda envergonhada.

__ [...] Por que é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim, eu te quero a todo instante, nem mil auto-falantes, vão poder falar por mim... [...] – Ele continuou a cantar junto comigo com aquela voz roca apaixonante enquanto aquelas estrelas lá fora brilhavam naquele incessante e esplendoroso céu.

Cara eu estava amando, era algo novo pra mim, algo sem explicação, que só quem já amou um dia pode entender, é algo puro, doce, suave, algo que consegue mexer com a gente lá dentro, eu estava apaixonada por ele, só não sabia como dizer isso pra ele, pra falar a verdade eu não sabia nem como começar, até aquele momento eu e o Pedro havíamos falado de tudo menos assim, sobre o amor, os rolos de cada um, eu nem sabia se ele tinha namorada, e quando eu tomava coragem pra perguntar isso pra ele algo me impedia, ai eu me sentia uma adolescente com seu primeiro amor.

Nós havíamos falado algumas vezes sobre nos ver pessoalmente e ele sempre falava que iria marcar uma data assim que possível para a gente se encontrar, pois ele sempre estava viajando.

Os dias foram passando, até que um dia eu tomei a iniciativa e falei pra ele o que eu estava sentindo, a principio pela voz dele, ele pareceu ter ficado bem surpreso com o que eu havia dito, mas aos pouco ele também confessou que estava gostando de mim, eu estava tão feliz. Em fim a vida havia me dado a oportunidade de ser feliz, depois que cada um de nós se declarou as nossas conversas só ficaram mais longas e mais entusiasmadas.

Pouco tempo depois eu já não queria só aquele faz de conta, eu queria algo serio então como ele já havia dito outra vez que não estava namorando eu tomei a iniciativa e pedi ele em namoro por ali mesmo por telefone. Você deve está me achando uma louca por mal conhecer ele pessoalmente e já ir pedindo ele em namoro né? Era algo que eu não conseguia explicar, era algo que me fazia fazer loucuras e era o que estava fazendo, mas a resposta não foi muito bem a esperada.

___ Carol... Eu não havia li dito nada, mas eu estou comprometido com uma pessoa – Ele falou com aquela voz roca.

___Mas você havia me dito que estava solteiro-Falei confusa.

___Desculpa?Eu devia ter li falado isso, eu iludir você... Desculpa? – Ele parecendo desapontado consigo próprio falou.

___ Você não devia ter feito isso Pedro, você brincou comigo, me iludiu, você sabia o que eu estava sentindo por você e mesmo assim me deu esperanças, você é um canalha Pedro. – Eu falei alterada e com raiva por ele ter mentido pra mim.

__ Desculpa, por favor? – Ele pediu mais uma vez.

Eu sem dizer nada apenas desliguei o telefone na cara dele. Um dia, dois, três dias se passaram e eu não entrei no chat e nem liguei para o Pedro, minha cabeça estava confusa entre o sentimento e a razão, ele tinha mentido pra mim me enganado, mas ao mesmo tempo eu não conseguia para de pensar nele, amá-lo.

 Os dias foram se passando e aparte do sétimo dia, eu orava para que aquele telefone tocasse, nem que fosse pra me pedir desculpas com aquela voz roca mais uma vez, mas eu queria que o Pedro me ligasse.

Já fazia um mês que eu não falava com o Pedro, a aparte do décimo dia eu decidi ligar pra ele, mas todas as ligações só caiam na caixa postal, nem se quer um recado no meu email ele havia deixado, aquele silêncio todo, ele sem me dar noticia já estava me deixando preocupada.

Mais dois dias já haviam se passado, eu estava indo ao supermercado como de costume fazer umas compras para a lanchonete, quando vir como um flash um acidente acorrer na minha frente, em um dos semáforos, um homem, provavelmente um mendigo havia sido atropelado por um carro que havia vindo em alta velocidade.

Aproximei-me do local para seguir para o supermercado e notei que era o mesmo mendigo que havia estado do outro lado da rua em frente à instituição onde eu havia prestado o meu terceiro exame para medicina, toda a vitalidade parecia não se encontrar mais ali, o homem já estava morto.

Segui caminhando para o supermercado e na cabeça vinham-me reflexões de como a vida é algo frágil, que como um copo feito do mais fino vidro ao ser jogado no chão, não tem mais jeito, os cristais se estilhaçam assim como a vitalidade de um ser que outra hora existira e que aos poucos deixa o ciclo da vida se concluir.

Depois do meu expediente ao termino de um dia cansado de trabalho, seguir para o meu apartamento onde fui surpreendida no balcão pela atendente tendo em mãos uma carta para mim, a principio pensei que era dos meus pais, mas logo que reparei no remetente me espantei ao ver ‘’ Pedro Henrique Albuquerque’’, caramba, era do Pedro, em fim ele havia dado algum sinal.

A uma altura daquelas eu esperava nem que fosse um sinal de fumaça, eu havia passado o meu endereço pra ele, mas ele não havia passado o seu endereço pra mim se não já havia dado um jeito de procurá-lo, então sorrindo ansiosamente eu segui para o meu apartamento e tendo mal fechado a porta já pus a romper o lacre do envelope onde havia escrito :

“Há muito tempo que você desejava que nós nos conhecêssemos pessoalmente, eu tanto enrolei, mas agora finalmente eu vou cumprir o que havia prometido uma vez pra você.’’

E então havia coordenadas de onde e a que horas eu devia o encontrar, eu não sabia bem onde era o local, mas eu iria o que encontrar, e bem no canto da folha com aquela caligrafia bem feita de desenhista que o Pedro era dizia: “A vida é como uma verdadeira montanha russa, cheia de surpresas... ’’

Chegado o horário e o momento marcado, estava eu lá surpresa em frente a um cemitério da cidade, aquilo não se encaixada em nada, só uma mente muito “genial” para marcar um primeiro encontro em um cemitério, mesmo eu achando muito estranho fui até a portaria do local e encontrei um coveiro do cemitério.

Eu o perguntei se estaria alguém ali me esperando e com aquela voz já fraca da idade ele pergunta o meu nome, eu o respondi e imediatamente ele tirou um pequeno envelope de carta do bolso, me entregou e apontou em direção a um tumulo onde eu deveria seguir.

Confusa e sem está entendendo nada, eu apenas peguei a carta e seguir em direção ao tumulo apontado por ele, chegado lá eu abri o envelope e vi o remetente, era o Pedro, na carta dizia:

“Querida Caroline, você tanto pediu pra que a gente se encontrasse né? E eu sempre a enrolei, desculpa por isso. Porém como já havia dito na carta anterior eu cumpriria a promessa que fiz pra você e a gente se encontraria... que lugar estranho pra eu marcar um primeiro encontro né? Mas... era o único lugar onde você poderia me encontrar agora, observe de quem é esse tumulo que o coveiro li indicou ao fim dessa carta que você entenderá tudo.

Há cinco meses eu estava debilitado em uma cama de hospital quando recebo a notícia do medico que teria pouco mais de cinco meses de vida, eu já havia vindo lutando contra um câncer há anos e aquilo para mim já não era mais uma surpresa, agora bastava apenas deixar as coisas acontecerem e a vida me levar quando chegasse à hora então buscando a alegria que ainda me restava da vida eu comecei a conversar naquele chat com varias pessoas.

Em uma dessas conversas eu encontrei você, algo em você me conquistou desde as nossas primeiras palavras trocadas, era algo diferente, quando eu conversava com você eu simplesmente esquecia que estava em uma cama de hospital debilitado e me sentia vivo. Eu posso dizer que foi quando eu conheci você que eu realmente comecei a viver, pois até aquele momento minha vida era só lutar contra o câncer que eu havia descoberto aos 18 anos.

Quando você se declarou pra mim, minha vontade era de querer abraçar, beijar você no mesmo estante, mas me segurei a manter a voz controlada, aquele sentimento que crescia no meu peito por você era forte, por mais que a minha razão achasse melhor eu encerrar a conversa por ali mesmo, o sentimento falou mais alto e eu também me declarei.

Juro que lutei pra não tentar te iludir, mas as minhas tentativas foram tolas.

Quando mesmo por telefone você me pediu em namoro, então naquele momento eu vi que eu tinha que tomar uma atitude, foi ai que eu te falei que estava envolvido com uma pessoa, não quer dizer que eu tenha mentido sobre isso, mas realmente eu estava comprometido com uma pessoa, com Deus, só ele sabia quanto tempo eu ainda permaneceria vivo e eu não queria ver você sofrendo a minha partida.

Desculpa se eu iludir você ta? Juro que não queria fazer isso. Você pra mim foi um anjo que Deus mandou pra me ajudar nessa partida, você é simplesmente única.

Só quero lhe fazer um último pedido, uma vez você me falou que tentou passar em um exame para um curso de medicina a anos em uma universidade e que por não consegui por três vezes, desistiu, eu quero lhe pedir que você não desista e persista mais uma vez, quer dizer, persista quantas vezes for necessário, eu tenho certeza que você é capaz, confie em você, nunca deixe de lutar pelos seus sonhos, e lembre-se a vida é única e breve, então faça tudo valer à pena. Um grande abraço, eu amo você, Pedro Henrique Albuquerque. ’’

E bem no canto da folha com aquela caligrafia bem feita de desenhista que o Pedro era dizia: “A vida é como uma verdadeira montanha russa, cheia de surpresas... E você foi uma surpresa da vida pra mim, tornando os meus dias melhores.”

Ao termino de ler a carta, com os olhos encharcados de lagrimas, me agachei para ver de quem era o tumulo indicado pelo coveiro, e havia lá escrito: “Pedro Henrique Albuquerque, 1979 a 2002”.

Eu parecia não acreditar no que os meus olhos me diziam, não podia ser verdade aquilo, o Pedro só poderia está armando uma brincadeira de muito mau gosto pra mim, e sem acreditar, vou até o coveiro e pergunto há quanto tempo haviam enterrado a pessoa daquele tumulo e quem havia o entregado aquela carta, ele com aquela voz roca desgastada pelo tempo me diz que a mais ou menos um mês e quem o havia entregado era o irmão do falecido.

Alterada eu o pergunto se ele sabia o numero do tal irmão do falecido, ele vendo minha apreensão, vai até um setor, ver em um livro de anotações o numero que haviam passado ao cemitério e me entrega, eu pego o numero e sem saber muito que fazer e no que acreditar vou até a minha moto recém comprada em grandes parcelas, me apoio sobre ela buscando apoio, disco nas teclas do meu celular o tal numero e ligo, após dois toques alguém atende do outro lado da linha.

___ Alô! – Dizia a pessoa do outro lado da linha em um tom firme e cansado.

___ Quem está falando? – Perguntei nervosa.

___ João Lucas e quem é você? – Ele perguntou confuso e percebendo o meu nervosismo.

___ Você é o irmão do Pedro Henrique? – Perguntei sem ao menos responder a pergunta que ele havia me feito.

___ Sou sim, meu irmão morreu a um mês de câncer, por que e quem é você? – Ele falou esperando obter uma resposta.

Ainda não acreditando no que parecia está acontecendo, desligo o celular, ponho o no bolso, coloco o meu capacete, e começo a andar pela cidade de moto sem saber muito bem para onde estava indo.

Quando eu percebi, me encontrava bem a frente da praia e aquele entardecer do sol no horizonte parecia amenizar a agonia que eu estava sentindo então eu desci da moto e fiquei a admirar a paisagem sentindo aquele vento gelado que agora secavam minhas lagrimas que teimavam em cair.

Aos poucos meus pés, já não suportavam o esforço que eu tentava fazer pra me manter em pé, e aos poucos eu fui me deixando levar pela inclinação do corpo a me levar a sentar sobre aquela areia seca e acolhedora que agora agüentava os meus pequenos socos que meus braços tentavam dar buscando as forças que me restavam para suportar aquilo.

Quando a noite já havia caído e o frio dominava o meu corpo, procurei as pequenas forças que ainda me restavam, para seguir para o meu apartamento.

 A caminho de casa estava ela lá, acolhedora e refrescante de idéias tumultuadas na cabeça, lá estava o bar, com aquela que já havia me ajudado tantas vezes a esquecer problemas.

Tantas coisas me passavam pela minha cabeça, tantas imagens, as palavras daquela carta iam e vinha no meu pensamento, foi quando o ultimo suspiro da razão e os sonhos daquela garota pequena e esquecida dentro de mim falaram mais alto.

 A vida é realmente uma montanha russa com muitas surpresas como o Pedro havia falado muitas surpresas mesmo, ela nos ensina da forma mais dolorosa lições que só a vida nos sabe dar e foi com esse pensamento que eu me desviei do bar e seguir em direção ao meu apartamento.

Alguns dias se passaram e eu percebi que a vida estava me dando a oportunidade de refletir sobre mim mesma, sobre os meus sonhos e planos e com aquelas palavras finais da carta do Pedro ainda em mente “lembre-se a vida é única e breve, então faça tudo valer a pena” que eu comecei realmente a jogar o jogo da vida.

Eu procurei uma clínica de reabilitação, parei de beber e de fumar, no ano seguinte eu prestei novamente a prova para o curso de medicina e surpreendentemente eu passei, pouco tempo depois, o Jonas meu amigo da lanchonete em fim confirmou os boatos que já corriam por lá e se declarou pra mim, pouco tempo mais tarde a gente começou a namorar, eu terminei a faculdade de medicina.

Hoje faz 10 anos que o Pedro morreu, sou formada e trabalho na área de pediatria de um hospital particular, eu e o Pedro casamos três anos depois do namoro, temos um filho de cinco anos e estou grávida pela segunda vez, agora de uma menina, a Giovanna.

Em suas palavras na carta o Pedro disse que eu fui um anjo na vida dele, mas na real ele que foi um anjo na minha vida, um anjo que me ensinou a realmente viver a vida, o Pedro me desvendou o verdadeiro enigma das peças que a vida nos dar, hoje eu só tenho a agradecer por ele ter aparecido na minha vida e ter me feito perceber que a vida realmente vale à pena.

 


Em memória de Graciene Pinheiro Pereira que faleceu vitima de câncer no ceio em 2004, mas que ainda em vida sempre buscou levar alegria para aqueles que a rodeavam. Você se foi, mas deixou muita saudade.

                                                                                                

 

                     Autora : Slife
 
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Crônica : O ajudar de uma sombra


                         O ajudar de uma sombra
                          
                               

Ao fim do meu trabalho em uma favela dita como maginalizada, ansiando sair daquele local agora a noite, sombrio e escuro, via leves sombras refletidas pela luz da noite a me seguir.
O medo então começa a pairar no meu pensamento quando na saída da favela dois homens me param.
__ Onde a senhora vai ?- Pergunta um hoem moreno, forte e com cavanhaque a fazer.
Minhas mãos frias, começam a tremer quando uma sombra que havia me seguido desde o meço, aparece.
__Senhor ! Ela está comigo ! - Exclama a tal sombra me puchando a sair rapidamente do local.
Sem ouzar abrir a minha boca sigo caminhando com a tal sombra que acabara de me ajudar.
Chegando a uma praça, iluminado pela luz da noite a tal sombra se desfaz e es que surge um garoto de aproximandamente 12 anos, com cabelos claros e embaraçados na minha frente, confusa e a procura de respostas o pergunto :
__ Quem eram aqueles homens ?
__ Não ligue para eles senhora, tente não terminar seu trabalho tão tard por ali da proxima vez. Siga para o seu caminho agora, que eu a deixo aqui- Diz o garoto seguindo o seu caminho.
No dia seguinte logo de manhã cado, liga a TV e ouço no jornal a noticia de que um garoto de 12 anos havia sido morto na noite anterior por traficantes, o que teria sido um acerto de contas por um não bem efetuado roubo e me surpreendo quando vejo a imagem do garoto que havia me ajudado a noite anterior.


                                                            Autora: Slife

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Românce : As decisões para um grande amor

Baseado em fatos reais em pleno acontecimento, seria esse apenas um final para essa história, ou será esse, por via do destino, o seu grande final?
                        
                                                            
Passamos por decisões importantes na vida, que para serem tomadas como certas precisam ser arriscadas.
__E ai Rodrigo, você pode tocar na igreja da rua de baixo na sexta-feira?É que eles estão sem gente para tocar lá e perguntaram se agente podia mandar alguém. – Disse Lucas, o coordenador de um grupo de jovens de uma igreja evangélica em sua reunião.
__Ok, tudo bem, eu vou sexta-feira, eu não tenho nada para fazer nesse dia e não estou a fim de ficar em casa. -Disse Rodrigo, um garoto alegre e brincalhão que fazia parte da banda de musica de sua igreja.
Era segunda feira e Rodrigo haverá sido convidado para tocar em uma igreja perto de sua casa.
Dias depois...
__Mãe, eu estou indo tocar na igreja da rua de baixo e não sei que horas o culto termina lá - Rodrigo
__Ta filho, vai com Deus- Diz Miriam, a mãe de Rodrigo
Minutos depois Rodrigo chega à igreja e é muito bem recebido por seu amigo, Junior.
__E ai cara, quanto tempo!O que você veio fazer por aqui?-Diz Junior
__Eu fui convidado para tocar hoje ai - Rodrigo
__Ah sei, me falaram que tinham convidado gente lá da A.P.P.J.(Apaixonados Por Jesus), para tocar aqui, está faltando gente- Junior
Junior conduz Rodrigo ao interior igreja , apresenta-o para alguns amigos e o ajuda a posicionar seu violão para o inicio do culto .
O culto tinha iniciado, quando Rodrigo avista ao fundo da igreja, uma garota pela qual o chamou muita atenção, Rodrigo não sabia o porquê ela chamava atenção daquele modo, porém ela le chamou a atenção a cerimônia inteira.
Já estava no encerramento do culto quando o pastor disse:
__Recebemos agora, nossa irmã Julia, que ira nos cantar uma canção.
Rodrigo fica perplexo, quando a tal garota, de longos cabelos soltos que li chamaram atenção a cerimônia toda levanta e se conduz para soar uma canção.
“Nossa, como ela canta bem! ’’, vem ao pensamento de Rodrigo quando uma musica suave e doce começa sair dos lábios daquela bela garota.
Ao termino da canção a jovem é aplaudida com muita alegria, porém não menos do que os olhos de Rodrigo.
Após ter arrumado o seu violão e ter ajudado a arrumar os equipamentos da igreja após o culto, Rodrigo percebe que já havia poucas pessoas na igreja entre elas, a tal garota, e Junior, que ajudava Rodrigo a arrumar os equipamentos de som, então Rodrigo pergunta a Junior quem era aquela garota.
__Ah, vem que eu te apresento a ela – Disse Junior puxando Rodrigo em direção a tal garota.
__Oi Julia, esse é meu amigo Rodrigo - Diz Junior enquanto Rodrigo ficava sem saber o que fazer.
__Prazer Rodrigo - Diz Julia
__O prazer é todo meu - Rodrigo
O celular de Julia toca...
__Esperem um pouco ai pessoal- Diz Julia
Minutos depois Julia volta...
__Pessoal tenho que ir embora, outro dia agente se fala Rodrigo-Julia
__Ok- Rodrigo
__Ei cara, você não pode deixar Julia em casa?Você mora perto da casa dela. –Junior
__Ah, não sabia que ela morava perto da minha casa!Vamos Julia?!-Rodrigo
__Vamos!-Julia
Os dois então saem um pouco sem assunto da igreja, mas pouco tempo depois pareciam que já se conheciam a uma eternidade.
__Pronto chegamos, a princesa foi deixada em seu castelo- Diz Rodrigo buscando um sorriso nos lábios de Julia
__Obrigado por ter me deixado aqui, meritíssimo senhor Rodrigo- Diz Julia sorrindo
__De nada, foi bom te conhecer - Rodrigo
__Foi muito bom mesmo, vê se você aparece lá na igreja qualquer dia desses. –Julia
__Com certeza, vou ir mais vezes lá. –Rodrigo
Os dois se dispersam e ali ainda Rodrigo não ver explicação para aquilo que havia diferente naquela garota.
Dias se passam, Rodrigo vai algumas vezes à igreja que Julia freqüentava e nessas tais vezes eles ficavam horas conversando. Quanto mais o tempo ia passando mais um ia se envolvendo com o outro.
Era uma quarta-feira Julia estava na escola, era horário vago e estava conversando com suas amigas.
__Amigas, estou a fim de conversa com vocês - Disse Julia
__Pode falar amiga, nós estamos aqui para ouvir-Diz Bruna, uma das melhores amigas de Julia, extrovertida e agitada.
__Eu conheci um garoto a algum tempo na igreja agente vem se conhecendo há algum tempo e eu estou meio enrolada com isso. -Julia
__Como assim amiga?O que está complicando?-Diz Sofia, uma garota inteligente e atrapalhada.
__Eu não sei, ele me trata de uma maneira diferente que eu não consigo explicar, quando eu estou com ele eu sinto umas coisas loucas, a sei lá!- Julia
__Hum... Estou sentindo o perfume do amor no ar... -Diz Bruna
__Para de brincadeira Bruna. -Julia
__Amiga, você está em uma situação complicada, seu primeiro envolvimento com alguém dessa forma eu entendo que sua cabeça deve estar confusa - Sofia
__Gente, o que eu faço agora?-Julia
__Amiga, a melhor coisa que você poder fazer agora no momento é pensar muito bem e esclarecer suas idéias. -Sofia
__É isso ai amiga, só você mesmo pode saber o que fazer. -Bruna
Dias se passaram e fazia algum tempo que Julia não via Rodrigo na igreja e ele não ligava nem mandava mensagens e ela não tinha coragem de ligar para ele.
No dia seguinte, um sábado de manhã estava marcado um encontrão de igrejas e Julia estava se preparando para ir, Julia sabia que provavelmente Rodrigo iria já que era um encontrão geral.
Ao chegar ao local Julia começa a procurar disfarçadamente por Rodrigo que não dava nem um sinal de ter ido.
Não tido achado Rodrigo Julia tenta achar um local para senta, mas as cadeiras estavam todas lotadas até ela encontrar...
__Oi, tem alguém sentado ai?-Julia
__Não, eu só coloquei minha bolsa por enquanto aqui, mas pode sentar-Diz Vitor um garoto sorridente e bonito
__Obrigado-Julia
Como o culto ainda não havia começado Vitor puxa assunto com Julia e eles conversam até o inicio do culto.
A noite, Julia estava em casa terminando suas atividades escolares, quando o seu celular toca, era Vitor.
__Oi Julia, só estou ligando para dizer que foi ótimo te conhecer. -Vitor
__Ah, foi ótimo pra mim também. -Julia
Naquele momento a conversa entre os dois só começava, pois dali em diante haverá minutos e mais minutos de conversa.
No dia seguinte ao chegar à igreja Julia se depara com Rodrigo, seu coração dispara e vai falar com ele.
__Caramba, estava sumido não?!- diz Julia sorrindo
__Estava meio ocupado esses dias por isso não estava dando para mim vim, fiquei com saudades de você. -Diz Rodrigo sorrindo
__Ah, ficou com saudades e não mandou nem um sinal de vida poxa, não ligou, não mandou nem uma mensagem, estou zangada com você- diz Julia fingindo uma cara de chateada
__Ah, então você sentiu saudades das minhas zueiras né ?-Diz Rodrigo
__Ah, e não era pra sentir?! -Diz Julia gargalhando disfarçadamente
__Jovens, vamos nos sentar que o culto já vai começar. -Diz Margarida, uma das coordenadoras da igreja.
O culto começa, Julia e Rodrigo ficam cruzando olhares o culto inteiro.Após o termino do culto, Julia estava conversando com suas amigas na porta da igreja, quando Rodrigo a chama.
__Oi, o que era que você estava me chamando?-Julia
__É que eu estava tendo umas idéias aqui. Você já vai para casa?-Rodrigo
__Espera ai, deixa eu só me despedir das minhas amigas - Julia
Ao sair da igreja Rodrigo fala que percebeu que Julia canta muito bem e ele sabe tocar violão, então andou pensando, se ela não queria cantar com ele.Sem muito se deixar notar o coração de Julia dispara e ela topar cantar com ele.
__Amanhã você pode passar na minha casa pra gente escolher a musica?-Pergunta Rodrigo animado
__Claro, passo lá antes de ir para igreja, tudo bem?-Julia
__OK.-Rodrigo
No dia seguinte antes de ir para igreja, Julia passa na casa de Rodrigo que estava tocando violão.
__Que musica linda, continua cantando!- Diz Julia ao ver Rodrigo cantando uma suave e bela canção romântica
Rodrigo, sem ter tido como negar, continua a canção, que parecia ter sido escrita para ele, pois dizia exatamente aquilo que seu coração desejava falar. Ao termino da canção olhares se cruzam e um sorriso encantador sairá de cada lábio.
__Nossa essa musica é muito linda. Que tal essa pra nós cantarmos?-Diz Julia
__Ótimo, eu ia pergunta mesmo se você não gostaria que fosse essa. -Diz Rodrigo
__Ah ,e já sei um dia ótimo para nós cantarmos, dia 22 de outubro. Que tal?-Rodrigo
__No dia do meu aniversario?!- Diz Julia sorrindo
__É... E que dias você pode ensaiar comigo?-Rodrigo
__Ok, tudo bem. Que tal nas terça e quintas dessas semanas?-Julia
__Ótimo- Diz Rodrigo
Os dois ficam conversando até à hora de ir para igreja, tudo já estava acertado sobre a musica .
Ao chegar a igreja com Rodrigo, Julia se surpreende quando dar de cara com Vitor, que abre  um belo sorriso quando a ver.
__Oi, vim especialmente pra te ver. Recebeu minhas mensagens?- Diz Vitor
__Sim. Que bom te ver. -Julia
__Senta ali comigo?-Vitor
__Claro. -Julia
Rodrigo, como sempre quando ia pra lá tocava, então se dirige para posiciona seu violão e os outros instrumentos de som, ele não gostava de confessar a si mesmo, mas estava com ciúmes de Julia com aquele garoto, pois normalmente eles costumavam trocar olhares durante o culto e agora só à via conversa com aquele garoto, desejou até ter raios de leiser só pra derrubar a cadeira que o tal Vitor estava sentado.
O culto tinha terminado e Julia estava sentada nas escadinhas de entrada na porta da igreja com Vitor, Rodrigo como de costume fazia, pergunta para Julia se ela já iria para casa, que todas as vezes fazia questão de o esperar para irem conversando, porém daquela vez ela falou que iria ficar conversando um pouco mais com Vitor e que ele iria a deixar em casa.
Rodrigo vai para casa, e em seu caminho, fica pensativo e toma a decisão de que tudo aquilo tinha que termina, o que sentia por Julia era forte e ele queria falar aquilo para, então tomou a decisão de que nada o impediria de falar o que estava sentindo para Julia, mesmo aquilo parecendo bobo, era profundo, e tantas vezes seu olhar falara, porém até aquele momento Julia ainda não haverá de tê-lo lido.
No dia seguinte, era uma terça-feira dia em que Rodrigo deveria ensaiar a musica com Julia seria o momento exato de falar tudo o que desejava.
Como marcado Julia vai pra casa de Rodrigo na hora marcada, eles ensaiam a musica, e Rodrigo não ver a hora de começar a falar tudo que estava entalado em sua garganta.
__Acho que já esta bom por hoje, esta ficando muito bom. -Diz Julia
__É... Julia, eu preciso te falar uma coisa. -Diz Rodrigo com um ar apreensivo
O celular de Julia toca...
__Preciso ir para igreja, a garota que ia cantar um ino está doente e eu vou ter que cantar no lugar dela, a noite você me  fala o que iria me fala, ok, tchau ?- Diz Julia pegando sua bolsa que estava posta sobre a mesa da sala
__Ok. -Diz Rodrigo se sentindo traído pelo azar
À noite Rodrigo vai para a igreja e tem a insatisfeita alegria de encontrar Vitor conversando com Julia.
Rodrigo tentou esconder aquilo que estava sentindo no momento e fez no culto aquilo que sempre fazia. Ao termino do culto estava saindo da igreja quando ver Julia vindo em sua direção.
__Oi, estava te esperando pra gente ir junto, desculpa eu ter saído tão apreçada da sua casa hoje, agora você pode me falar o que queria me dizer. -Diz Julia
‘‘Ufa agora eu vou poder dizer’’ pensa Rodrigo quando seu amigo Junior se aproxima.
__Eu estou com uns problemas ali nas caixas de som será que você pode me ajudar Rodrigo?-Diz Junior
Por mais que Rodrigo estivesse revoltado com as forças do destino, volta para ajudar Junior com as caixas de som. Quando já tinha resolvido o problema e iria para casa procurou Julia, mas ela já haverá de ter ido embora.
Dias passam, e como força do destino sempre havia algo que acontecia quando Rodrigo estava a ponto de contar tudo para Julia que o fazia já até rir do seu próprio azar.
Era uma quinta-feira e faltava um dia para o aniversario de Julia, Rodrigo haverá de ter saído àquela tarde para comprar um presente para Julia o que para ele significou uma verdadeira missão, pois parecerá que nada estava aos pés do que Julia merecia.
Chegado à noite Rodrigo se arrumando em frente ao espelho jura que daquele dia não passaria e que falaria tudo de uma vez por todas para Julia.
No culto daquela noite o assunto debatido pelo pastor foi exatamente o que Rodrigo precisar ouvir, sobre amor na vida, apesar de que Vitor estava sentado ao lado de Julia como sempre, dessa vez seus olhos voltaram a se cruzar.
Ao termino do culto, Rodrigo já haverá arrumado tudo e estava indo em direção a porta da igreja quando avista Julia sentada nas escadinhas da porta de entrada da igreja, sozinha, aquele era o momento certo, tudo estava dando certo, agora não havia Vitor, nem ninguém só haverá eles dois quando der repente Rodrigo olha Vitor se aproximar de Julia
Vitor puxa Julia, Rodrigo se esconde atrás da porta pra ver o que eles estavam conversando quando ouve:
___Eu gosto de você, mas do que como amigo você sabe disso. -Rodrigo ouve soar com a voz de Vitor ao fundo
__Eu também gosto de você. -Diz Julia
Sem querer ouvir mais nada Rodrigo sai e vai para casa.
No dia seguinte na escola, Julia conversa com um amigo de Rodrigo que a fala que ele iria viajar pra casa do seu pai naquele dia, Julia começa a pensar em tudo que estava acontecendo desde o começo e ela não haverá de ter percebido, aquele carinho que ela teimava em senti por Rodrigo agora podia ser percebido com a dor da perda uma bela semente de amor, após as aulas, na hora da saída, Julia encontra o amigo de Rodrigo.
__Você sabe que horas ele ia viajar?-Pergunta Julia ao amigo de Rodrigo, apreensiva
__Segundo o que nós conversamos ontem pelo MSN ele viaja daqui a 30 minutos as 13:00, e...-Disse o amigo de Rodrigo
__Obrigado. -Julia o interrompe e sai apressada
Apesar do engarrafamento naquele horário Julia consegue chegar à rodoviária, porém ao chegar só ver o ônibus em que Rodrigo pegará partindo sem ao menos ouvir o aquilo que seu coração palpitava para dizer.
Julia pega o ônibus para retorna para casa e em todo o seu caminho refleti sobre tudo o que tinham vivido e que só agora ela haverá percebido, lagrimas escorriam como uma pluma de dor.
Ao chegar em casa, Julia tão pouco ouve sua mãe sobre o telefonema que haverá recebido e se tranca no quarto.
No dia seguinte era o aniversario de Julia, só que para ela aquele dia nem representava mais felicidade, foi um dia cheio para ela, vários amigos a ligaram parabenizando-a e mandando  mensagens, porém nenhum deles aquele pelo qual ela queria mais receber uma ligação, ou mensagem, Rodrigo.
A noite, com pedido da sua mãe, Julia vai para igreja, e lá ainda é mais ainda parabenizada por seus amigos que a realizaram uma festa surpresa.
Canta pra gente Julia, aquela música que você estava ensaiando com o Rodrigo?-Diz um amigo
“Canta, canta,canta’’, amigos e familiares começam a pedir para Julia que decide cantar a musica.
Seus amigos começam a tocar no violão, aquela musica doce, Julia se alegrava em cantar aquela canção, porém agora não seria mais linda, sem a presença do Rodrigo.
Dos lábios de Julia começam a soar as belas palavras daquela doce canção de amor, que descrevia tudo que sentia, nota após nota seu coração palpitava em saudade de um alguém especial, que haverá passado por sua vida, quando, haverá chegado a tal parte da musica onde Julia sentia mais ainda a falta de Rodrigo, pois ali seria a parte que ele cantaria com ela, uma parada na música, Julia se preparava para retorna a canção quando uma voz doce e conhecida começa a soar de traz dela, ela sem acreditar em o que seus ouvidos a diziam vira e tem uma tremenda surpresa quando da de cara com Rodrigo.
__Você?!-Diz Julia não acreditando em seus olhos
__Achou que eu perderia seu aniversario?-Diz Rodrigo abrindo um belo sorriso no rosto
Julia o abraça e ele continua a cantar , aquilo que parecia impossível estava acontecendo, era inacreditável para Julia. Agora, com o amor refletido nos olhos, Julia continuava a cantar com Rodrigo, aquela canção que tão pouco precisava ser ensaiado, pois o coração já a sabia de co.
Quando Julia e Rodrigo terminaram de cantar, Rodrigo puxa Julia que o acompanha até a porta da igreja.
__Pensei que você tinha viajado!-Disse Julia
__Viajei, mas só fui resolver uns problemas com meu pai. Não achou que perderia seu aniversario né ? –Rodrigo
__Preciso te dizer uma coisa. -Julia
__Também preciso te dizer uma coisa. -Rodrigo
__Eu te amo - Dizem os dois ao mesmo tempo.
As pessoas que estavam na igreja aviam ouvido o que eles aviam falado, e amigos e familiares começaram a dizer todos juntos: beija, beija,beija...
Rodrigo e Julia se beijaram. E aparte daquele momento não havia mais decisões a serem tomadas, pois todas as decisões já haviam sido tomadas e todas talvez não exatamente certas, mas essenciais e o amor de Rodrigo e Julia floresceu na imensidão de um jardim sem fim.

                                                       Autora: Slife


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